quinta-feira, 17 de julho de 2008

Lei Seca e o Prazer de um Chopp: uma questão de responsabilidade

Ninguém em sã consciência pode sequer criticar a iniciativa da Lei Seca, muito menos condená-la. Lamentável é a necessidade de se ter uma lei para coibir excessos. O comportamento responsável e saudável deveria ser prática generalizada, já que além de tudo, se trata de instinto de sobrevivência. Quem sabe um dia...

Pensando no rigor e adequação desta Lei, e em como preservar o prazer de apreciar um copo de chopp inofensivamente, corri atrás de informações, pesquisei no Detran, em sites de notícias, acionei minha rede de contatos, e até consegui uma entrevista exclusiva com a Dra. Júlia Greve, do Departamento de Álcool e Drogas da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), com a ajuda de meu amigo o jornalista Diego Ramos.

Tudo isso para poder organizar a informação e orientar quem aprecia a bebida da Deusa Ceres, a nossa cultuada cerveja, irmã do chopp que tanto apreciamos. É muita informação e por isso vou dividi-la em alguns posts, para não abusar da paciência de meus leitores e leitoras.

Primeiro, um resumo sobre a que ficou imediatamente consagrada como "Lei Seca":

A nova medida publicada no Diário Oficial da União entrou em vigor no dia 20/6/2008 e não admite nenhuma quantidade de álcool no organismo do motorista.

Estarão infringindo a lei aqueles que forem apanhados pelos testes de bafômetro (aparelho que mede a concentração de álcool no sangue através do ar expirado, cujo nome técnico é etilômetro) com uma quantidade de 0,2g/l de álcool por litro de ar expelido pelo motorista. Em uma situação como esta, a penalidade aplicada será multa por infração gravíssima (no valor de R$ 955) e o motorista terá suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por um ano.

Testes acusando índices superiores podem levar à prisão em flagrante ou a processos com penas variando entre seis meses e três anos de detenção.

Trata-se de uma grande mudança, pois a lei anterior permitia até 0,6g/l por litro de sangue.

Como é nos outros países? Política de sinalizaç
ão e designated driver

Já sairam nos jornais e na mídia em geral, TV, rádio e Internet, comparações com leis similares em outros países e não vale a pena ficar repetindo aqui.

Mas eu gostaria de chamar a atenção para uma coisa que acho que poderia ser um bom exemplo a seguir entre nós: a política de sinalização de quantidade/dose de bebida a ser ingerida, adotada em alguns países, como por exemplo a Austrália.

Explico:
Na Austrália, a lei em vigor apresenta uma tolerância de até 0,5g/l, o que é menor do que nossa lei anterior e a fiscalização sempre foi efetiva e rigorosa, como atesta o jovem jornalista Diego Ramos, que lá passou dois anos. A indústria da cerveja faz a sua parte nesta história, estampando no rótulo das garrafas um indicativo de quantas doses estão sendo ingeridas, de acordo com o teor particular de cada bebida.

Por exemplo, uma garrafa de cerveja Long Neck com teor alcoólico de 3,5%, representa 1 dose de bebida. Já a mesma garrafa de uma cerveja mais encorpada, com teor de 5%, representaria 1,5 doses de bebida.

Desta maneira, é possível ingerir uma ou duas doses de bebida antes de dirigir e não extrapolar o limite estabelecido pela fiscalização. Com a ajuda dessas informações que aparecem nas embalagens, é possível controlar a quantidade de bebida ingerida pelo condutor antes de dirigir.

Assim, as pessoas acabam controlando o consumo de uma maneira simples: os homens podem tomar no máximo, duas doses de bebida na primeira hora e uma a cada hora seguinte. Para as mulheres, é um pouco diferente: apenas uma dose a cada hora.

É bom que se diga que não se trata de proteção sexista. A diferença está relacionada ao peso e à massa corporal de cada um. Seguindo esta receita, os australianos convivem bem com a restrição de trânsito imposta em seu país.

Já na Inglaterra a coisa funciona de maneira bem parecida, como me contou Andy Stinchcombe, gerente de restaurante/pub na pequena cidade de Bath, a cerca de duas horas a sudoeste de Londres. As pessoas levam muito a sério a restrição de bebida e álcool, e nenhum pub fechou as portas nem deixou de vender bebida. Há a mesma orientaç
ão nas costas dos rótulos das bebidas, em unidades etílicas, mas, para um pint, das draft beer (nosso chopp), não há indicação. Vale o bom senso e a responsabilidade. Entre os amigos dele e entre os freqüentadores do restaurante que ele gerencia, funciona a mesma regra: um é escolhido para dirigir e não pode beber. Até nome este anjo da guarda tem: designated driver. Segundo Andy, as campanhas são tão fortes, com imagens tão eloqüentes na televisão que ninguém pensa em burlar a lei. Ao volante, simplesmente não se bebe ou se pega um táxi.

Na Holanda este designated driver ganhou uma sigla: é BOP, das iniciais de Bewust Onbeschonken Persoon = Pessoa Não Alcoolizada. Edgar Sabbagh, brasileiro de m
ãe holandesa, que viveu vários anos da adolescência lá, informa que algumas casas noturnas têm até um local especial para "juntar a galera que não está bebendo". Uma boa forma de socializar e fazer novos amigos... e até azarar!

Como poderia ser entre nós (minha sugestão):

1) Aos poucos, a indústria nacional poderia adotar o mesmo comportamento nos rótulos das nossas cervejas, e mais: que se imprimam nas bolachas de chopp a equivalência de teor alcoólico aproximado no ar expelido.

2) Mas definitivo mesmo é exercer a solidariedade e fazer como muitos jovens já fazem aqui: a cada chopada ou noitada, um é escolhido para ficar inteiramente abstêmio (motorista de plant
ão) e os demais pagam a conta de seus refrigerantes e águas. Com este rodízio, não há risco e o prazer da degustação se mantém!

Fico hoje por aqui e no próximo post continuo com as informações da Dra. Júlia Greve, médica fisiatra da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).

Saúde!

2 comentários:

Anônimo disse...

Creio que, neste link

http://en.wikipedia.org/wiki/Driving_under_the_influence

dá para encontrar quase todas as informacoes a este respeito. Na Alemanha, dirigir bebado é uma das coisas mais graves que se pode fazer. Se der acidente, a pessoa até pode perder a carteira de motorista pelo resto da vida!

ilanitzajdel disse...

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